2007-01-31

Comissão ataca comissões

"Bruxelas identificou “problemas significativos de concorrência” no mercado dos cartões de crédito e débito, esta é uma das conclusões do relatório final sobre o sector.«A Comissão Europeia não hesitará em tomar as medidas que lhe competem para assegurar o respeito das regras de concorrência», refere a entidade num comunicado, a que a Agência Lusa teve acesso. Baseando-se no resultado do relatório, a Comissão Europeia poderá «lançar investigações» para acabar com estas práticas de abuso. O estudo conclui que Portugal é um dos Estados-membros com os preços de comissões interbancárias e taxas cobradas aos comerciantes mais elevadas no sector dos cartões de crédito. Em 2004, as comissões interbancárias aplicadas aos cartões de crédito das redes Visa e MasterCard em Portugal eram «mais do dobro» das cobradas na Eslováquia, assim como as taxas cobradas pela Unicer aos comerciantes é «mais de três vezes» mais do que o aplicado na Finlândia e Itália. A Unicre, associação que gere o fornecimento de cartões de pagamento, reagiu ao relatório, considerando-o desactualizado, porque a realidade mudou nos últimos quatro anos. Desde então, “as taxas baixaram cerca de 30%, e mais de 45%”. Assim como, desde meados de 2006, a entidade gestora passou a ter uma rede concorrente nas marcas internacionais (NetPay)."

Hipersuper, 31 de Janeiro de 2007

2007-01-30

Episódios da vida académica 16

Há dias uma colega falou-me que andava por aí, em mãos demasiado restritas, um projecto de revisão do Estatuto da Carreira Docente Universitária (ECDU). Com tanto segredo disse-lhe que suspeitava da proposta; se de facto ela fosse importante saber-se-ia quem estava a promove-la e rapidamente sairia dessas mãos restritas e impolutas. Não se sabendo, para mim era claro que se tratava de manobra partidária ou, sendo da autoria do ministério ou de algum dos parceiros sociais, não estando assinada, era pura cobardia que não deveria merecer qualquer atenção e credibilidade. Hoje chegou esta mensagem do SNESup - Sindicato do Ensino Superior, que vem de encontro à tese defendida:

"Desde o ano passado que está em circulação por correio electrónico junto dos docentes universitários, e nalguns casos, junto de docentes de ensino superior politécnico, um anteprojecto de ECDU, que é apresentado aos incautos como sendo um anteprojecto preparado pelo MCTES para efeitos de revisão do ECDU. Desconhece-se quem são os promotores desta circulação, que em muitos casos é feita pelas secretarias das Escolas. Desconhecem-se igualmente as suas motivações. A revisão do ECDU terá de ser um processo negocial participado, com base nos textos que forem apresentados ao Governo pelas associações sindicais - e o SNESup recorda que desde Outubro de 2002 tem pendente na tutela um pedido de abertura de negociações para a introdução de alterações ao ECDU e ao ECDESP e que em Setembro subscreveu, com a FENPROF, um pedido de publicação de legislação interpretativa deste último - ou pelo Governo às associações sindicais. Estando aliás a decorrer, restrito aos chamados sindicatos da função pública, um processo de negociação do regime geral de vínculos, carreiras e remunerações, vê-se mal como poderá ser a revisão dos Estatutos de Carreira do Ensino Superior, que abrangerá logicamente matéria relativa a quadros e remunerações, desligada da revisão desse regime geral."

Dito de outra forma, se, por hipótese que quero acreditar ser pouco provável, há mão do Governo ou de algum pequeno governante nestas jogadas, então lamenta-se. Para evitar equívocos, o Governo e o ministro da tutela deviam vir publicamente tomar posição inequívoca sobre a matéria. É que se o Governo quer que sejam sérios com ele, ele próprio tem que ser sério. Não basta parece-lo. Se, contudo, este clima de desconfiança e imprevisibilidade se mantiver no sector, então Gago deverá ser remodelado já a seguir ao aborto. Aliás, Empreender aposta numa remodelação governamental até ao Verão, na qual Gago muito provavelmente poderá ser abrangido.

Marketing muito agressivo

2007-01-29

The Strategy Pathfinder: Core Concepts and Micro-Cases
Duncan Angwin, Stephen Cummings, Chris Smith
Blackwell, Malden MA, 2007


"The Strategy Pathfinder is built around micro-cases of real-life problems faced by companies and executives. These micro-cases help readers to engage with the kinds of situations they will encounter in their working lives while provoking discussions about key theoretical themes."

2007-01-28

Another night in
Tindersticks

Greed's all gone now, there's no question
And I can see you push your hair behind your ears
Regain your balance
Doesn't matter where she is tonight
Or with whoever she spends her time
If these arms were meant to hold her
They were never meant to hold her so tight
For the love of that girl
Greed's all gone now, the panic subsides
When I could run, pulling arms to love her
Try to put myself on on the inside
For the love of that girl
Tears swell, you don't know why
For the love of that girl
They never fall, they can never run dry
For the love of that girl
Promise is never over, never questioned it needed reply
But she could breathe deep into my neck
Let me know I'm just on the outside
(Chorus)
Greed's all gone now, there's no question
And I can see you push your hair behind your ears
Regain your balance
Doesn't matter where she is tonight
Or with whoever she spends her time
If these arms were meant to hold her
They were never meant to hold her so tight
(Chorus)


2007-01-26


Com muita pena, desta vez não foi possivel ter enviados especiais no Fórum Económico Mundial. DAVOS-nos jeito lá estár.

2007-01-25

Reforma fisíca

Parece que algumas das ideias para reformar o ensino superior em Portugal começam a dar resultados em ... Inglaterra. De acordo com o The Guardian "Birmingham, Nottingham and Warwick universities today announced the creation of a joint graduate school for physics".

Português em formato reduzido

Na Universidade de Cambridge, em Inglaterra, o curso de Português vai ser despromovido a uma unidade curricular no curso de Línguas Modernas e Medievais. Lá como cá, restrições financeiras obrigam a repensar a oferta de formação ao nível do ensino superior. Ficou por saber se o Português foi considerado uma Língua Moderna ou uma Língua Mediaval. Aceitam-se apostas.

2007-01-24

Indústria automóvel na China

"Until recently many Chinese carmakers built thinly disguised copies of vehicles made by Volkswagen, General Motors and Toyota. But in the past few years things have changed. In preparation for a push overseas, local firms such as Chery, Great Wall and Geely have proved that they can develop their own vehicles too. By buying designs from international specialists and installing fancy robotic production lines, they have been able to launch a wide variety of their own cars. More than 100 new models will be introduced in China this year."

The Economist, 25 de Novembro de 2006

2007-01-23

2007-01-22

Product placement

Eu e a Sofia temos, em média, bem menos de 20 anos, e por isso fazemos parte do "target" do Curto Circutiro da SIC Radical. E a verdade seja dita; divertimo-nos muito.

Mas agora que a Sofia dorme mais uns minutos, escrevo estas linhas para vos dar conta de "targets", "product placement" e da recordação que o programa me suscita. De facto, é deveras surpreendente como este programa - certamente muito popular no seu "target" - é utilizado para actividades de comunicação de marcas. A utilização do Curto Circuito para promoção é de tal forma intensa que só pode merecer o elogio por conseguir aliar alguns conteúdos de entretenimento deveras atractivos com tanta promoção. Ele é o jornal gratuito que aparece atrás dos apresentadores, os cabazes de compras de retalhistas da praça, as consolas, os jogos, os DVDs, as bebidas, os filmes e até, imagine-se, distribuidores de combustíveis a apostar fortemente neste segmento.

A fórmula é deveras interessante e, como digo, até diverte. Mas, pensando bem, no fundo, bem lá no fundo, a coisa não foge em demasia às televendas da madrugada. Para ser completamente sincero, a mim faz-me lembrar o dia de feira na minha terra. Nesse dia, instalava-se no centro do campo da feira uma enorme carrinha que era subitamente transformada em palco e, qual leilão, ali mesmo eram vendidos cobertores - sim, cobertores - pela melhor oferta. Nuns casos, havia senhoras que levavam um cobertor com uma bata oferecida, noutros o cobertor era comprado com a oferta de talheres, lençóis ou que quer que fosse. Aqueles leilões também me divertiam imenso. Mas, pensava sempre que tudo aquilo não passava duma grande estupidez.

Hoje, na substância, o Curto Circuito não é muito diferente daquele espectáculo. Com algumas diferenças óbvias, no entanto. Por exemplo, o facto de ser fornecido por um operador de TV por cabo/satélite e não decorrer num piso de terra batida na província. Além disso, Alvim e Solange fazem muito melhor figura que o vendedor do banho da cobra que impingia cobertores a aldeões desatentos da minha terra. Em contrapartida, nós, os novos aldeões, não somos muito diferentes.

2007-01-19

Covilhã


Há algo de fascinante na Covilhã. Nunca permaneci nela mais de três ou quatro dias consecutivos e, na verdade, numa primeira impressão não parece que exista algo nela que suscite qualquer tipo de fascínio. Por isso, questiono o que me atrai naquela cidade. Vá-se lá saber o que será!


Seria fácil identificar essa causa no facto de se tratar duma cidade de montanha com a Serra da Estrela ali mesmo ao lado. Para um forasteiro será esse o principal atractivo da cidade. No caso julgo que não é essa a razão. O que mais atrai na Covilhã são os contornos duma paisagem com um misto de imaginário e realidade que se me fixou na memória na primeira vez que lá fui. Essa fotografia opaca foi captada à entrada da cidade num dia de humidade e nevoeiro. É a imagem de uma paisagem com granito e grandes chaminés, típicas de paisagens industriais de há dois séculos. Apesar de hoje ter estado um dia solarengo, o cenário faz com que a Covilhã seja nesse imaginário, de entre as cidades portuguesas, a mais "dickensiana" delas todas. É, por isso, uma paisagem para ser acompanhada por ritmos industriais.

2007-01-18

Episódios da vida académica 15

Duas teses de doutoramento para ler. Não sabia por qual começar mas a escolha não era indiferente pois o estudo das aproximadamente 500 páginas de qualquer uma delas requeria tempo, continuidade, envolvimento. Mesmo sem serem lidas em simultâneo, a comparação é inevitável mesmo que feita sem plena consciência. Se lidas em simultâneo então é interessante triangular fontes, dados e métodos: de que forma teria decorrido uma das pesquisas se nela fossem aplicados os métodos de pesquisa, tipo de dados e fontes empregues na outra pesquisa? Alcançaria as mesmas conclusões? Este é, sem dúvida, um bom teste de validade e, por isso, uma vantagem potencial de ler duas teses em simultâneo. Do mal o menos.

Havia um outro colega que também integrava os dois júris. Enviei-lhe uma mensagem a perguntar qual sugeria ler em primeiro lugar. Talvez ele tivesse uma noção mais precisa das datas das reuniões preliminares dos júris. Da resposta ficou a ideia que também ele não só não tinha iniciado as leituras como também não tinha tomado uma decisão de qual ler em primeiro lugar. Aliás, não tinha qualquer informação sobre a marcação das reuniões prévias dos júris. Tinha perfeita consciência do meu dilema mas, talvez por ser bem mais experiente, não estava particularmente preocupado com a ordem.

Em todo o caso, as provas seriam depois das férias. Dada a indefinição, comecei pela tese que chegou em primeiro lugar, embora nada garantisse que fosse esta a primeira a ser avaliada. Era a decisão mais sensata. Inadiável.

As provas realizaram-se. Passaram-se, entretanto, alguns meses. Repentinamente, dois novos convites com um intervalo de poucos dias. Outras duas teses, em universidades diferentes. Estranho fenómeno; o que se passará para surgirem duas teses de doutoramento de cada vez? Meio a brincar, meio a sério, num dos casos ouso questionar quantas páginas tem a tarefa. Inteligentemente repondem-me que páginas úteis são menos de 300, o que me leva a suspeitar de ser outro volume na casa das 500 páginas.

Nestas coisas, ao contrário de outros, ainda penso que ser convidado para um júri de doutoramento é motivo de honra e reconhecimento. Há quem se escape a estes júris mas até hoje nunca tive motivo válido para recusar um destes convites. Que assim seja.

As duas teses acabam por chegar pelo correio em datas distintas. Mas, precisamante quando conclui a preparação da arguência duma delas chegou a outra tese. O certo é que preparar provas desta natureza requer trabalho. Não é frequente, mas já me ocorreu suspeitar de colegas que não lêm a tese ou então dão-lhe uma leitura na diagonal. Mas esse não é o meu caso; se o fizesse desrespeitava o candidato, demais colegas do júri, e a mim próprio. Avaliar adequadamente uma tese de doutoramento requer empenho, trabalho, estudo. A prova da primeira tese é amanhã. A outra já repousa desde ontem aqui em frente na secretária. E olha ameaçadoramente para mim.

2007-01-16

Ecléctico

Um dos revisores de um artigo recomendou-me ler "The Eclectic Paradigm in the Global Economy" de John Cantwell e Rajneesh Narula que saiu no International Journal of the Economics of Business de 2001 (Volume 8, Number 2). A recomendação é do revisor, não minha.
"Economic globalisation and the subsequent growth of global and alliance capitalism have fundamentally affected the way in which MNC activities are undertaken and organised. The various contributions to this special issue have evaluated the eclectic paradigm in the global economy, and its validity as a theoretical basis to understand these developments. This paper places these contributions into context. We highlight that globalisation has increased the interactive dynamics between and among 'O', 'L' and 'I' characteristics at firm, industry and country level, in at least two ways. First, a knowledge-based society has meant that the efficient exploitation of MNCs' ownership advantages and the continual need to augment and sustain their competitive advantages is ever more crucial, leading to a complex interdependence between ownership and location advantages. Second, globalisation has affected how MNCs seek to organise their cross-border activities coherently in response to changing boundaries of the firm. We find that the paradigm continues to provide a framework which facilitates how best to synthesise relevant complementary theories, or how to choose between potentially competing theories, and helps to operationalise them."

2007-01-15

Agricultor debaixo do tractor

Fiz uma compra deveras insólita. Comprei uma enxada! Lembrei-me depois de um colega de outra universidade que é produtor de azeite. Ora, num momento em que tanto se fala em despedir professores no ensino superior, se a moda pega talvez o Governo possa reconverter algum deste pessoal para a lavoura. Da minha parte estou disposto a contribuir para o cultivo com a minha nova enxada. Desde que Gago traga um ancinho e Sócrates conduza o tractor.

Barreiras à entrada

"Em Portugal, os supermercados discount estão impedidos de vender pacotes turísticos, porque a legislação das agências de viagens não o permite e não há perspectivas de mudança, noticiou o jornal Público.Enquanto isso, as grandes cadeias de supermercados discount na Alemanha, Áustria e Suiça, como o Lidl e Aldi, já estão a apostar neste novo produto: a venda de pacotes turísticos ou reservas de bilhetes de avião, que podem ser adquiridos nas lojas ou através da Internet.O grupo Lidl tem um acordo de parceria com a Paneuropa Reisen, enquanto a Aldi trabalha com a agência Eurotours International. Esta é uma prática muito comum nos Estados Unidos da América, principalmente no gigante Wal-Mart."


Hipersuper, 10 de Janeiro de 2007

2007-01-14

Bandidos e Mocinhas
Nelson Motta
Palavra, 2006
Policial tropical carregado de mocinhas arrojadas e bandidos que andam sempre de pau levantado. Apreciasse sobretudo a escrita escorreita e atrevida, ao estilo da personagem principal e outras mocinhas.

"Lana Leoni é uma atriz sexy e decadente que morre no palco, misteriosamente assassinada durante a encenação de um polêmico sucesso teatral carioca. Descobrir a identidade do assassino é apenas o ponto de partida desta envolvente trama policial. Fã de carteirinha dos livros de suspense, Nelson Motta constrói um enredo de secretas perversões e paixões mortais, em que bandidos se apaixonam e mocinhas cumprem impiedosamente as leis do desejo. Um Pulp fiction carioca de luxo. Casada com um milionário pervertido, e objeto da paixão de um grande traficante, a morte de Lana mobiliza personagens de mundos opostos. Dida, um bandido inteligente e charmoso, quer descobrir quem matou a amada de seu melhor amigo. Marlene, delegada sedutora e competente, não gosta de deixar sem solução os casos que chegam à 14a DP - e será implacável ao investigar o caso Lana Leoni, como só as mocinhas mais malvadas e imprevisíveis conseguem ser. Segundo romance de Nelon Motta, Bandidos e Mocinhas é um livro surpreendente e divertido, onde o mundo do show-biz se entrelaça, deliciosamente, com os bastidores de uma investigação policial carioca. Nelson Motta estreou na ficção com o livro O Canto da Sereia. Ele também é autor de Noites Tropicais, Confissões de um Torcedor e Nova York É Aqui."

2007-01-13

Óleos com batatas

Quando se tem bébes em casa ganham-se hábitos improváveis. Ver, por exemplo, as notícias regionais da 2: nas madrugadas de sábado. Confesso que é um exercício bem mais gratificante do que ouvir a intelligentsia nacional dizer que a Índia é um país muito grande e que daqui a menos de um mês, a China será ainda maior. No magazine de hoje, Empreender registou um rasgo de audácia e criatividade. Os artistas de Évora, talvez cansados de serem ignorados, organizam uma feira de rua com as suas pinturas. E há gente que compra. Está-se mesmo a ver alguém a caminho do mercado e adquirir uns óleos por entre batatas e cebolas. Têm, por isso, o sincero aplauso de Empreender.

2007-01-12

Episódios da vida académica 14

Chegou a autorização do Reitor para utilizar viatura própria em deslocação ao estrangeiro. Se a deslocação fosse de avião, não haveria necessidade deste acto prévio, mas tratando-se da utilização de viatura própria numa deslocação ao estrangeiro, neste caso a Espanha, então é necessária uma autorização prévia. Nem que, como é o caso, a viagem em causa fique incomparavelmente mais económica de carro do que de avião e os custos sejam suportados não directamente pela minha universidade mas por receitas próprias que captei para a universidade, parte das quais me cabe gerir e aplicar em despesas deste tipo. Não se fique portanto a pensar que a universidade tem verbas ou financia qualquer das minhas deslocações ao estrangeiro!

A deslocação era a Logronho, cidade da região de La Rioja onde vão decorrer as próximas jornadas luso-espanholas (neste caso, mais rigorosamente, "hispano-lusas") de gestão, no início de Fevereiro próximo. Trata-se de evento periódico alternado entre Portugal e Espanha. Este ano hesitei na participação, desde logo porque a deslocação em causa iria trazer mais custos do que proveitos.


Se à deslocação se juntar toda a maçada administrativa a gerir além do pedido de autorização prévia ao Reitor, então os desincentivos são muitos. Incluíam coisas tão distintas como a preparação de manuscritos de acordo com normas de submissão que não eram claras mas sim equívocas; a marcação do hotel que, não obstante se apresentar como o único de cinco estrelas da cidade, na confirmação da reserva teve estrelas negativas; a inscrição e seu pagamento através de transferência bancária internacional; o envio do respectivo comprovativo por correio; e o planeamento da viagem, agora largamente facilitado pelas inúmeras ferramentas de pesquisa para o efeito.

O processo teve que ser interrompido sem que fosse feita a inscrição e o seu pagamento porque a organização entendeu, subitamente e sem que nada fosse atempadamente dito nas normas do congresso, colocar intimidatoriamente um prazo para inscrição e pagamento até ao dia 9 de Janeiro. Mais desagradável ainda foi constatar que afinal as taxas de inscrição eram bem superiores ao que estava programado na página em português. Uma vez mais por responsabilidade da organização que numa jornadas ditas "hispano-lusas" sempre teve enorme dificuldade em articular as normas em português. Seria simpático afirmar que são equívocos de traduação e linguagem na comunicação entre portugueses e espanhóis. Mas, com pena minha, o problema parece bem mais grave; é falta de profissionalismo. Por isso, este ano, mesmo com artigos aceites, não vai haver jornada.

2007-01-11

Identification of Local Industrial Clusters in Germany
Thomas Brenner
Regional Studies, 40 (9), December 2006
"This paper presents a method that allows local industrial clusters to be identified and applies this method to Germany. The method is applied to all three-digit manufacturing industries in Germany. The results are used in two ways. First, they provide some information about which industries are clustering, and which are not. Second, a complete list of all local clusters that existed in Germany in 2001 and are identified by this method is given. The spatial distribution of these local clusters in Germany is discussed in the light of other studies on Germany."

2007-01-10

Valorizar o território em Angra do Heroísmo


Estou tentado a submeter um artigo ao congresso da Associação Portuguesa de Desenvolvimento Regional deste ano. Tenho até um artigo meio-pronto que se enquadra perfeitamente num dos temas deste ano e com algum trabalho consigo terminar um outro para outro tema. Estou, contudo, hesitante, não tanto por ser o 13.º congresso, mas porque, à parte os custos duma deslocação a Angra do Heroísmo, havia já planos noutras paragens. Enfim, algo a decidir até 26 de Fevereiro, data limite das submissões. Já agora, o tema do congresso deste ano é "Recriar e Valorizar o Território" e as sessões paralelas decorrerão nos seguintes tópicos: 1. Recursos, ordenamento e desenvolvimento regional; 2. Conhecimento, inovação e tecnologia; 3. Periferia e desenvolvimento local; 4. Políticas urbanas; 5. Transportes, comunicações e crescimento; 6. O Turismo como vector de desenvolvimento; 7. Cultura e desenvolvimento local; 8. Ruralidade e urbanidade na Europa contemporânea; 9. Que futuro para territórios em regressão demográfica; 10. Finanças locais, descentralização e Administração Pública; 11. Localização, fluxo interregionais e competitividade; 12. O planeamento económico local em tempo de globalização; 13. Métodos de economia regional; 14. Sistemas de informação geográfica e análises espaciais.

2007-01-09

Dom Wilson na UWBS

Se neste dias andar por Inglaterra, para os lados de Wolverhampton, poderá assistir à comunicação que Dominic Wilson, meu saudoso orientador de doutoramento, vai apresentar na 9th University of Wolverhampton Business School (UWBS) Research Conference agendada para 17 de Janeiro. Trata-se duma comunicação que tem por base o artigo da nossa co-autoria saído no European Journal of Marketing com o título "Research in relationship marketing: antecedents, traditions and integration". Imperdível.

Leitura de café

"O primeiro número do novo semanário gratuito Conversas de Café [...] chega hoje aos leitores. Distribuído exclusivamente em estabelecimentos de restauração, o jornal está disponível, nesta primeira fase, nos distritos de Lisboa, Setúbal, Leiria, Santarém, Faro, Aveiro, Porto e Braga. Apresentado como um “jornal positivo e de lazer, onde as histórias más não são notícia”, o projecto arranca com uma tiragem de 50 mil exemplares [...]."

Meios & Publicidade, 9 de Janeiro de 2007

2007-01-08

Mulheres nos saldos


Não me recordo de ver tanta mulher junta como hoje. Foi nos saldos da Zara e até na secção de homem, onde nem sequer consegui comprar qualquer trapinho, havia mais mulheres do que homens... A propósito, fique-se sabendo que a febre dos saldos vai passar a começar mais cedo. A legislação sobre a época de Verão saiu já e, portanto, não será preciso esperar pelo dia 7 de Agosto; a partir de 15 de Julho os cartazes de saldos já podem ser afixados. No próximo Inverno, tudo leva a crer que a estação seja antecipada de 7 de Janeiro para 26 de Dezembro ou por aí.

Propinas

Qual prenda de Natal tardia, alguém do Governo, provavelmente Gago, veio há dias garantir que as propinas não aumentarão até ao final da legislatura, em 2009. Com uma notícia destas, não se percebe de todo qual deva ser a interpretação; se as propinas estão demasiado elevadas ou, como foi a minha primeira interpretação, se aumentarão depois de 2009.

Não se percebe porque em bom rigor a legislação estabelece um limite mínimo e um limite máximo para as propinas, cabendo a cada estabelecimento de ensino definir as suas propinas e cobrá-las. Muitos estabelecimentos, talvez a maioria, impelidos pela necessidade de aumentar as suas receitas, estão já a aplicar a propina máxima e, como tal, nestes casos, paradoxalmente, a promessa governamental poderá ser cumprida. No entanto, nos casos em que isso não sucede, o Governo não pode impedir esses estabelecimentos de aumentar as propinas dentro dos limites estabelecidos na lei. Neste sentido, a garantia do Governo é demagógica porque, em últimas instâncias, a fixação das propinas não é da sua competência.

Poderá haver, contudo, uma circunstância que justificou este anúncio de ano novo. Se o valor das propinas está indexado ao salário mínimo, como julgo que acontece (e aqui os leitores que me perdoem por não ter ido confirmar), então compreende-se os paninhos quentes do Governo. Paninhos necessários porque acordou recentemente em sede de concertação social um aumento significativo do salário mínimo ao longo dos próximos anos que teria impacto, também ele significativo, no valor das propinas.

Compreende-se por isso que num momento em que o Governo tem contra si os reitores e presidentes dos politécnicos, bem assim como os docentes do ensino superior, não queira adicionar os alunos aos baralho da constetação. Talvez daí a súbita preocupação que o Governo demonstrou com as propinas.

Importaria, no entanto, que o Governo conseguisse deslocar um pouco a discussão sobre as receitas geradas pelas propinas para as despesas geradas com o funcionamento das instituições de ensino superior. Esta manifesta incapacidade de inflexão deve estar nos genes dos governos em Portugal como repetidamente se vê nos esforços para conter o deficite orçamental por via das receitas fiscais (mais impostos, tanto directos como indirectos) em detrimento do corte da despesa. Infelizmente, no momento de discutir orçamentos no ensino superior não iremos ter acesso aos números que verdadeiramente interessa para avaliar a eficiência e eficácia demonstrada por cada estabelecimento, curso, professor, funcionário ou aluno. Nessa altura, os argumentos de arremesso serão a demagogia do costume.

2007-01-07

Pequenos negócios 67
DESEMPENHO DA CADEIA DE ABASTECIMENTO

"The strategic fit discussed in Chapter 2 requires that a company achieve the balance between responsiveness and efficiency in its supply chain that best meets the needs of the company's competitive strategy. To understand how a company can improve supply chain performance in terms of responsiveness and efficiency, we must examine the four drivers of supply chain performance: facilities, inventory, transportation, and information. These drivers not only determine whether strategic fit is achieved across the supply chain. First we define each driver and discuss its impact on the performance of the supply chain. 1. Facilities are the places in the supply chain network where product is stored, assembled, or fabricated. The two major types of facilities are production sites and storage sites. Whatever the function of the facility, decisions regarding location, capacity, and flexibility of facilities have a significant impact on the supply chain's performance. For instance, an auto parts distributor striving for responsiveness could have many warehousing facilities located close to customers even though this practice reduces efficiency. Alternatively, a high-efficiency distributor would have fewer warehouses to increase efficiency despite the fact that this practice will reduce responsiveness. 2. Inventory is all raw materials, work in process, and finished goods within a supply chain. Inventory is an important supply chain. Inventory is an important supply chain driver because changing inventory policies can dramatically alter the supply chain's efficiency and responsiveness. For example, a clothing retailer can make itself more responsive by stocking large amounts of inventory. With a larger inventory, the likelihood is high that the retailer can immediately satisfy customer demand with clothes from its floor. Reducing inventory will make the retailer more efficient but will hurt its responsiveness. 3. Transportation entails moving inventory from point to point in the supply chain. Transportation can take the form of many combinations of modes and routes, each with its own performance characteristics. Transportation choices have a large impact on supply chain responsiveness and efficiency. For example, a mail order catalog company can use a faster mode of transportation like FedEx to ship products, thus making their supply chain more responsive but also less efficient given the high costs associated with FedEx. Or the company can use slower but cheaper ground transportation to chip the product, making the supply chain efficient but limiting its responsiveness. 4. Information consists of data and analysis concerning facilities, inventory, transportation, and customers throughout the supply chain. Information is potentially the biggest driver of performance in the supply chain as it directly affects each of the other drivers. Information presents management with the opportunity to make supply chains more responsive and efficient. For example, with information on customer demand patterns, a pharmaceutical company can produce and stock drugs in anticipation of customer demand, which makes the supply chain very responsive because customers will find the drugs they need when they need them. This demand information can also make the supply chain more efficient by providing managers with shipping options, for instance, that allow them to choose the lowest cost alternative while still meeting the necessary service requirements."

Fonte: Chopra, Sunil e Meindl, Peter (2004) Supply Chain Management: Strategy, Planning, and Operation, Pearson-Prentice Hall, pp. 51-53.

2007-01-06


Connectis

Porquê cooperar?
Por Miguel Gonçalves

Cooperar, do latim "cooperári", significa colaborar, trabalhar juntamente. Em contexto organizacional, o seu significado abrange diferentes tipologias. Vejamos alguns exemplos: subcontratação/relação com fornecedores; licenciamento; consórcio; aliança estratégica; joint venture; e rede.

Neste âmbito, várias vantagens podemos salientar, tais como a redução de custos, a moderação de riscos de desenvolvimento ou de entrada de mercado, a aquisição de tecnologia, a obtenção de economias de escala, a partição de financiamento, o complemento de "know-how", o desenvolvimento de estratégias de aprendizagem, a partilha de conhecimento, entre outros.

Além de vantagens, desvantagens existem por exemplo o choque cultural, potenciais fugas de conhecimento, o equilíbrio das ineficiências, a colisão dos objectivos estratégicos, a falta de confiança que poderá influenciar negativamente a disseminação do conhecimento, entre outros aspectos.

No entanto, dois motivos subsistem para que uma relação de cooperação se materialize: os estratégicos e os tácticos. Os primeiros direccionam-se numa vertente de aprendizagem e de liderança. É fundamental existir confiança, uma definição clara de objectivos, existência de comunicação fluida e biunívoca, intenção em aprender e uma assaz receptividade ao conhecimento. Relativamente aos segundos motivos focalizam-se na diminuição de custos, de tempo e de riscos.

Cooperar permite transferir, partilhar, disseminar conhecimento, dinamizar um conjunto de competências de índole tecnológico, de mercado e organizacional, com vista a reforçar e a alcançar a competitividade da organização. Possibilita o “cultivo” de novos serviços e produtos, potenciando o conhecimento existente. Facilita a agregação de oportunidades de negócio que poderão resultar da criatividade, da concepção de novas ideias e da inovação. Neste sentido, é surpreendente descobrir que no século XIX, o ilustre Ralph Waldo Emerson dizia: "os nossos conhecimentos são a reunião do raciocínio e experiências de numerosos mentes".

Miguel Gonçalves, licenciado em Gestão de Empresas, pelo Instituto Superior de Línguas e Administração de Santarém; é Técnico Superior no Instituto do Emprego e Formação Profissional; possui um mestrado em Contabilidade e Administração promovido pela Universidade do Minho, onde apresentou a dissertação intitulada “Redes Institucionais de Conhecimento: Estudo de uma Rede na Indústria Têxtil e do Vestuário”.

2007-01-05

Telemóveis com tarifas imóveis

«A Autoridade da Concorrência, no relatório final sobre a operação de concentração Sonaecom/Portugal Telecom, aponta por diversas vezes a possibilidade dos operadores móveis praticarem preços coordenados entre si, apontando mesmo que, "no que se refere a preços", se assistiu a "uma clara convergência de preços médios dos operadores a partir do final de 2001". Aliás, refere o documento, desde essa altura que os preços médios das telecomunicações móveis em Portugal deixaram de diminuir, já que as três operadoras "deixaram de reflectir as alterações de custos tecnológicos nos preços finais", justificando este "desleixo" com a "atenuação do nível de concorrência no mercado nacional", fruto do enfraquecer da postura competitiva da Optimus.»
Jornal de Negócios, 3 de Janeiro de 2007

2007-01-04





Resources, Firms, and Strategies: A Reader in the Resource-Based Perspective
Nicolai J. Foss
Oxford University Press, 1997

"Strategic management has been increasingly characterized by an emphasis on core competences. Firms are advised to divest unrelated businesses and return to core business. Moreover, competitive advantage is now increasingly seen as a matter of efficiently deploying scarce knowledge resources to product markets. Much of this change in emphasis has occurred because of the emergence of a unified and rigorous approach to strategy, often called the resource-based approach. This Reader brings together extracts from the seminal articles that created this dominant perspective in strategic management. It includes the pioneering work of Selznick, Penrose, and Chandler and more recent writing by Wernerfelt, Barney, Teece, and Prahalad and Hamel."

2007-01-03

Balanço e inventário

Talvez muitos dos leitores de Empreender não estejam familiarizados com o fenómeno de que dou conta nestas linhas. Eu próprio já não me recordava de que existiam lojas que nesta altura do ano encerravam portas para "balanço". Até hoje. Para mim sempre foi um fenómeno curioso verificar que um retalhista encerrava para "balanço". Era ainda mais curioso porque lá em casa – família ligada ao comércio – nunca se encerrou portas para "balanço". Nem sequer para férias, quanto mais para balanço! Recordo-me de ajudar a contar caixas e caixas de mercadoria fora do horário de atendimento à clientela. Depois, nas embalagens abertas tínhamos de contar o número de exemplares daquele artigo em cada caixa. Eram bons tempos, aqueles que vivi a fazer contagens já lá vão algumas dezenas de anos, posso hoje afirmar sem grande exagero. Entretanto, como não quis seguir essa carreira, fui estudar. Talvez nas disciplinas de contabilidade percebi a diferença entre um balanço e um inventário. Conclui que todos os comerciantes que encerravam para balanço andavam enganados porque, em bom rigor, encerravam para inventário.

Foi por isso que fiquei surpreendido ver hoje um retalhista especializado, posicionado num segmento superior, "encerrado por motivos de inventário entre 2 e 4 de Janeiro". Como cliente fiquei estupefacto mas simultaneamente congratulei-me por aquele retalhista não ter confundido um balanço com um inventário. Mesmo assim, perplexo, questiono-me como é possível perder-se três dias de negócio para inventariar candeeiros, por muito desenho que eles tenham. Afinal de contas, entre a hora de encerramento das suas lojas no dia 30 e a abertura no dia 2 tinha havido tempo de sobra para inventariar.


Recordei-me depois dos meus tempos de auditor. Naqueles tempos, logo pelas sete da manhã do dia 1 de Janeiro estavam todas as equipas de auditoria nos armazéns dos clientes a controlar inventários porque, evidentemente, no dia 2, qualquer retalhista que se preze tinha que ter tudo a funcionar em pleno. Mas, afinal, concluo agora, eu tinha decidido prosseguir estudos para, entre outros motivos, evitar seguir as pisadas paternas e eis que uma licenciatura depois ainda ajudava a inventariar! É certo que já não era numa empresa familiar e havia os requintes duma multinacional anglo-saxónica, mas inventários são inventários e serão sempre inventários.

Recordo-me, aliás, de numa dessas auditorias ter encontrado no Feira Nova, uma das empresas clientes da firma em que trabalhei, uma palete de 1000 litros de leite por inventariar. Foi pena, porque com essa descoberta devo ter estragado as rabanadas de alguns reis magos. Depois, naquele tempo havia as partidas que se pregavam aos auditores juniores como, por exemplo, pedir-lhes que contassem pregos.

Também já lá vai esse tempo, mas, agora que me lembro, fico com a ideia que estamos sempre a regressar ao mesmo lugar. Parte da semana passada entre o Natal e o fim de ano foi para arrumar, qual inventário, algumas das paletes de brinquedos do Simão.


Rede2020 em rede

Foi já distribuído o primeiro número de 2007 da Rede2020 relativo a Janeiro-Fevereiro (Volume 3, Número 1). O respectivo ficheiro será colocado na coluna aqui ao lado direito, junto dos restantes números até agora editados. Entretanto, para poder receber gratuitamente esta publicação deverá enviar um único e-mail em branco para Rede2020-subscribe@yahoogroups.com. De seguida receberá um e-mail de confirmação ao qual é suficiente responder também em branco.



2007-01-02

Impacto dos telemóveis

"With 6.6m new subscribers a month, India is in the grip of an unprecedented mobile-phone boom. Figures released in September showed that India had overtaken China in new subscribers per month for the first time. India still lags behind China in total subscribers, with a mere 136m (up from 75m a year ago), compared with China's 449m. But India's government is confident that this gap can be quickly closed, and that it will meet its target of 500m phone subscribers by 2010.

The boom has become the source of much national pride. It is arguably a more widely celebrated example of the “New India” than the high-tech offshoring industry centred on Bangalore, because poorer Indians are participating in it too. Industry bosses are quick to point out that the spread of mobile phones is bringing labourers, farmers and fishermen into the economic mainstream."
The Economist, 9 de Dezembro de 2006

2007-01-01

Conspiração internacional

Vou começar o ano a escrever um novo romance. Como os romances sobre conspiração internacional do tipo "Le Carré pós-11 de Setembro" estão muito na moda já tenho argumento. Estou ainda a tramar os detalhes do enredo mas posso adiantar que envolve um ex-ministro que é deputado do partido de um Governo. O ex-ministro representa os interesses locais duma grande multinacional do país vizinho. Na sequência da demissão do presidente duma entidade reguladora da energia, o Governo decide designar para o cargo um professor que foi em tempos secretário de estado daquele ex-ministro. Como esta coisa das multinacionais malfeitoras tem vendido algum papel, estou tentado a tornar a empresa do país vizinho no bombo da festa, mas começo a achar que realisticamente tenho que dar maior importância aos "boys" do partido que sustenta o Governo e à rapaziada do próprio Governo. A oposição protesta e como tal o enredo não se vai cingir a jogadas e operações de natureza económica do género OPA às escondidas. Terá também algum enredo político para entreter. Estando em causa a energia de um país dependente, penso recorrer ao venenoso Polónio 210. Talvez faça alguma ligação russa ao pessoal da Gazpron que nestes dias passou o preço do gás de 45 para 100 dólares por unidade. Ainda não decidi como o faça, mas sei que a coisa fica assim mais internacional. Neste momento tudo isto não passam de ideias ainda relativamente vagas para o argumento do meu novo romance.
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