2004-10-29


MENU BIG MACNAGEMENT. Saladinhas e outras receitas de gestão (acesso restrito) estão a revitalizar a McDonalds. Mesmo assim, está-se mesmo a ver, o Big Mac continua a ser o mais vendido.

PT HILARIANTE. Como tudo o que consta neste email enviado por Angela Marta é verdade, aqui fica reproduzido:

"De acordo com o Público, os lucros da PT mais do que duplicaram no 1º Semestre, chegando aos 322,5 milhões de euros. Com os novos planos de descontos dirigidos a nós, o ignorante povo que lhes enche os bolsos, não admira! Ver:

http://pt.portaldebolsa.com/pt/stocks/news_general.asp?id=30144
http://ultimahora.publico.pt/shownews.asp?id=1202970&idCanal=65

É de facto hilariante ver a publicidade referente a estes planos nas ruas. Quem a lê (a publicidade), acredita mesmo que pode poupar com estes planos... mas a realidade é bem diferente!

Estes planos limitam-se a horas específicas, normalmente entre as 19h e as 09:00 durante a semana. Ora, é precisamente neste período que menos chamadas se fazem, ou seja, nunca se chega a gastar os minutos oferecidos no pacote. E quem utiliza a totalidade dos minutos não poderá controlar os minutos que já gastou, visto que esta informação só pode ser obtida aquando da recepção da devida factura.

Esta é, portanto, uma excelente forma de garantir mais uns quantos Euros mensais por cabeça nos cofres da Portugal Telecom. E lembrem-se, caros amigos e colegas, que grão a grão enche a galinha o papo, e o "papo" da Portugal Telecom é o maior do país!"

LEVIATÃ. Notícia fresca do Diário Digital: "O Estado tem actualmente 778 mil funcionários, mais 60 mil do que em 1999, data do último recenseamento, de acordo com dados da Caixa Geral de Aposentações (CGA), divulgados na quinta-feira pelo Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE)."

DIA DA CONCORRÊNCIA. Vai decorrer no Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial da Universidade de Aveiro na tarde de 11 de Novembro de 2004, a partira das 14 horas. Os oradores convidados e respectivas comunicações são as seguintes: Stephen Martin (Purdue University), "EU Competition Policy, with some comparisons for the US"; José Braz (Autoridade da Concorrência), "Competition Policy in Portugal"; Annette Bongardt, João Gata, Celeste Amorim Varum, Ricardo Gonçalves e Vitor Moutinho, "Competition policy: experiences and challenges ahead for Europe and Portugal".

TURISMO MÉDICO. A vida é assim. Dá muitas voltas. Um bom exemplo é ir à Índia fazer uma operação. Há já pessoas a faze-lo e também há quem já tenha encontrado nisto um novo mercado. Os custos duma operação mais viagem e estadia chegam a ser inferiores aos custos de operar em alguns países europeus. Com uma vantagem: não há listas de espera. Depois sempre dá para fazer um passeio. Será isto um novo segmento no turismo ou na saúde?

GESTÃO NO FEMININO. Wokshop para senhoras gestoras e empreendedoras. Não sei porquê, mas uma das "invited speakers" é professora numa escola sueca e a outra é filandesa.

2004-10-28

SINAL DOS TEMPOS

Tenho para mim que uma forma simples de ajuizar sobre o nível de desenvolvimento de um país ou até do perfil da sua cultura ou capacidade de organização é viajar e observar as suas estradas. Sem pretender realçar factores mais tangíveis como o número de vias alternativas para um destino ou os custos de circulação, acredito que factores como o estado de conservação das vias, os serviços nelas disponíveis, os traçados, e, muito importante, a sinalética nos dizem muito sobre um país. A sinalética é, de facto, uma aspecto importante duma cultura e, não sei porquê, estes dois sinais parecem-me muito portugueses. A mistura do seu significado original com as mensagens que lhes foram adicionadas reflectem de facto os paradoxos, equívocos, cruzamento de interesses e, porque não, a confusão, jogos e joguinhos em que o país é também pródigo. Estes sinais, as suas mensagens e tudo o que demais eles podem revelar podiam ser uma metáfora, por exemplo, para Marcelo e Pais do Amaral, os dois homens que tiveram a conversa mais discutida de 2004. Agora, por favor, não me perguntem qual dos sinais ficaria melhor a Marcelo e a Pais do Amaral!

2004-10-27

DIVERSIDADE DE CLIENTES. Um alfaiate comenta com um amigo:
— Eu tenho uma clientela muito variada. Uns são médicos, outros advogados, Professores. Tenho até alguns que são inventores.
— A sério? Que interessante! - responde o amigo - Eles inventam o quê?
— Só desculpas, na hora de pagar a conta.

GERIR A TECNOLOGIA. A internet tem destas coisas. Hoje deixo aqui uma ligação para as dissertações do Mestrado em Política e Gestão de Tecnologia do Instituto Superior Tècnico - Universidade Técnica de Lisboa. Nesta página é possível encontrar o texto integral de várias dissertações, algumas delas com títulos bastante apelativos que suscitam curiosidade. É caso para dizer que neste mestrado aplicam a tecnologia para gerir o próprio mestrado, o que só fica bem. Louvável pela difusão de conhecimento que esta simples ideia permite.

BOLSA DE EMPREGO. Quer saber para onde não deve enviar o seu CV? Forças armadas chinesas, caminhos de ferro indianos e serviço nacional de saúde britânico. São estes, por ordem, os maiores empregadores do mundo.

2004-10-26

EMPREENDEDORES



Edgar Degas. Portraits in a New Orleans Cotton office. 1873. Oil on canvas. Musee des Beaux-Arts, Pau, USA. The small picture shows 14 men at work in his uncle's cotton office. Michael Musson is sitting in the foreground, checking the cotton; René de Gas is reading the paper; Achille de Gas is leaning by the window; Musson’s partner James Prestridge is on a stool, discussing a deal with a client. Musson’s son-in-law, William Bell, is offering the wares to a client, to inspect the quality. In 1876 the painting was shown at the 2nd Impressionist exhibition, and in 1878 became Degas’ first work to be bought by a museum.

2004-10-25

TELEFONIA EM MOVIMENTO. A DoCoMo, uma espécie de TMN japonesa no sentido em que lidera o mercado móvel do seu país e integra a NTT (líder na telefonia fixa) planeia a convergência de serviços entre fixos e móveis. Equaciona a facturação conjunta e oferta de telefones que sirvam tanto para o serviço fixo como para o móvel. Espera que a convergência dos dois serviços seja acelerada com o advento da terceira geração. Esta tendência parece aliás vir a afirmar-se, sendo uma mudança em que também os produtores de equipamento vêm uma oportunidade com o potencial de substituição de equipamentos de telefonia fixa por novos equipamentos que cumpram os dois papéis. No caso dos operadores com os dois negócios, há já grupos que, como a DoCoMo/NTT, estão a re-equacionar as suas divisões tradicionalmente estruturadas para cada um dos negócios, substituindo-as por estruturas mais rapazes de responder aos desafios que se aproximam. Este é o caso por exemplo da France Telecom (FT) que passou a previligiar divisões para o mercado consumidor e para o mercado empresarial em detrimento da estrutura por tipo de serviço. Ora, esta tendência poderá colocar em vantagem operadores que, como a NTT, PT ou FT, estão presentes nos dois negócios. No caso dos operadores exclusivamente móveis, como por exemplo a Vodafone, é provável que se assista à sua associação com operadores de cabo por forma a poderem complementar as suas redes de distribuição.

RESTAURAÇÃO. Confirma-se o que Empreender sempre suspeitou. De acordo com a Dica da Semana, o imperdível semanário do Lidl, Almancil é a freguesia portuguesa com mais restaurantes per capita. São 137 restaurantes para 9000 residentes.

2004-10-22

GENERAL VOLTA A METRALHAR. Sabia o leitor da existência de marcas tais como Red Army Vodka, Red Square Vodka ou Ivan the Terrible Vodka? E não é que o general Mikhail T. Kalashnikov, o célebre inventor da AK-47, acaba agora, aos 84 anos de idade, de lançar a Kalashnikov Vodka? Será que vai ter 47.º de alcool? Chama-se a isto extensão de marca.


O anterior modelo...





...o novo modelo...





... e o General a preparar-se para disparar


2004-10-21

POUPANÇA. Acabo de fotocopiar estes três artigos para estudo, todos da Harvard Business Review, e, como tal, poupei $18: Strategy as Ecology de Marco Iansiti e Roy Levien (Março de 2004); The New Rules for Bringing Innovations to Market de Bhaskar Chakravorti (também de Março passado) e Redefining Competition in Health Care de Michael E. Porter e Elizabeth Olmsted Teisberg (Junho de 2004).

FUP. Além das licenciaturas em Economia, este ano também foram avaliadas as licenciaturas em Ciência Política e Relações Internacionais, e em Sociologia.

RANKINGS. Fui alertado pelo Ponto Media para este disparate.

IKEA PARA CÃES E GATOS. O que distingue uma boa empresa duma empresa excelente? A questão é de resposta difícil, mas há um exemplo na IKEA que ajuda a responder. A empresa de origem sueca está, apesar do seu sucesso, a testar uma nova linha de produtos para cães e gatos em 20 das suas 179 lojas. Uma vez mais, a IKEA acredita nas vantagens de muitos materiais que usa em móveis e utilidades domésticas poderem ser empregues em acessórios para animais. Acredita também na possibilidade de cães e gatos usarem produtos de moda que combinam, por exemplo, com a louça ou com as cortinas lá de casa.

COMPETIR INOVANDO. Mais um concurso sobre ideias de negócio, neste caso lançado pela Oficina da Inovação.

2004-10-20

MÁ LIDERANÇA. Simon London é um reputado jornalista de gestão. Numa critíca recente a dois livros saída no Financial Times coloca uma questão deveras interessante e arrisca uma resposta. A dúvida de Simon é porque existem tantos livros de psicologia sobre a infelicidade e o fracasso e os livros sobre liderança se debruçam quase que em exclusivo sobre o sucesso. Pois bem, uma hipótese é que os gurus da liderança trabalham basicamente em escolas de negócios, local por excelência de culto do entusiasmo, optimismo e sucesso. Dito isto, constata que é importante começar a compreender os maus líderes, algo a que não tem sido dada suficiente atenção. Os dois livros revistos por Simon London que contribuem para este debate são: Bad Leadership da autoria de Barbara Kellerman (HBSP, 2004) e The Allure of Toxic Leaders (OUP) de Jean Lipman-Bluemen.

PORTUGAL COMPETITIVO. É hoje apresentado um relatório da Associação Industrial Portuguesa sobre a competitividade de Portugal. De acordo com o Diário Económico, as áreas mais frágeis são o investimento directo estrangeiro, educação, inovação e produtividade. Enfim, quase tudo.

2004-10-19

CRM. O último "post" referiu a relação de um clinte com a Companhia da Marta. Pois bem, nem de propósito. O número de Agosto passado do Industrial Marketing Management (Volume 33, N.º 6) é especialmente dedicado à gestão de relações com clientes (ou, no seu acrónimo mais popular, CRM - "Customer Relationship Managment"). Apesar da ênfase ser em mercados organizacionais, os ensinamentos aí transmitidos têm grande validade para mercados consumidores que, como no caso dos seguros, dada a sua complexidade se aproximam em muitos aspectos do relacionamento organizacional.

Estudo de caso
RELAÇÃO COM A COMPANHIA DA MARTA

A data de vencimento do seguro automóvel é só no dia 8 de Novembro. Talvez para que o cliente possa criar uma provisão ou, quiçá, por causa do atraso dos correios, a companhia de seguros não se faz rogada e, qual prevenção, em 24 de Setembro (qualquer coisa como um mês e meio antes da data de vencimento) envia "com satisfação" o aviso de pagamento, como se tal felicidade podesse ser retribuída. Enfim, algo que se lê sem muita satisfação mas que denota a franqueza de quem emite o aviso.

É certo que a viatura está ainda muito longe do estado desta aqui em baixo, mas também é verdade que já não tem o brilho do primeiro dia. Talvez por isso e porque nos tempos que correm toda a contenção é pouca, o cliente lá telefona para a Companhia da Marta a esclarecer algumas dúvidas sobre coberturas e outras condições do seguro (sim, sim, quem se lembrará de todas as coberturas, franquias e condições particulares do seu seguro automóvel?). Recorre ao número de telefone que a companhia apresenta como "gratuito e exclusivo" e começa então a relação a funcionar.

Identificada a apólice e situado o seguro, à primeira e mais elementar questão, a amiga da Marta lá informa que tem que passar a chamada para outra colega, talvez a própria Marta. Qual eficiência, nem tempo de resposta dá e brinda o cliente com uma alegre cassete. Passados os minutos de espera, lá vem outra voz pedir o número de telefone para devolver a chamada porque, ao que parece, todas as amigas da Marta e a própria estavam todas muito ocupadas naquele momento. Simpaticamente aceita o pedido do cliente para ser contactado naquele mesmo dia, "a partir das 19 horas". Cabisbaixo, o cliente adia a tarefa e fica intrigado com aquele número que lhe tinha sido apresentado como "exclusivo".

Nessa mesma noite, enquanto aguarda o telefonema que não chega, o cliente dá de caras com Marta em plena TV. Ora, quando isto acontece, sabe-se que nos minutos seguintes à publicidade, o número de chamadas para o "call-center" (o tal do número exclusivo) aumenta substancialmente. E assim passa a esperança de clarificar a dúvida porque o esforço está agora concentrado em conquistar novos clientes, não em reter os existentes.

Como aquilo que funciona bem ou menos mal é, por norma, mais do que o que funciona mal (e daí existirem empresas), uma outra amiga da Marta acaba por telefonar ao cliente no dia seguinte, à mesma hora ... com 24 horas de atraso. Estava finalmente desfeito o equívoco do número de telefone "exclusivo". Na verdade, ele é exclusivo; é o telefone do próprio cliente!

Para a mesma questão da véspera, a operadora pede para aguardar e passados mais uns longos minutos surge a resposta esclarecedora: um simples número em euros correspondente a uma cobertura tinha sido identificado um dia e meio depois da primeira tentativa.

Até aqui tudo mais ou menos bem, não fosse o caso dos seguros serem um serviço deveras complexo (ou complicado, como preferirem), sobre os quais qualquer cliente, por pouco exigente que seja, tem sempre uma segunda questão a colocar. E não é que à segunda questão, também ela elementar, o nosso cliente é informado que terá que ser remetido para outra operadora?

Feita a conta, a Companhia da Marta necessita de três operadoras e outras tantas interacções com o cliente para responder a duas questões elementares. O que dizer sobre a eficácia e eficiência deste tipo de relacionamento? E se o nosso cliente fosse o da viatura aqui em baixo?

2004-10-18

ACREDITA. Ideias de negócio em concurso nacional.

ECONOMIA DO SELF-SERVICE. Já se sabia que o cliente é parte activa no processo de produção e distribuição de serviços. O último suplemento trimestral do The Economist sobre tecnologia pega e desenvolve este argumento de forma particularmente inteligente. Chama-lhe "economia do self-service" e dá também destaque ao tema nos seus "leaders". Ora aqui está matéria para qualquer investigador mais arguto pegar.

EMPREENDEDORES

2004-10-15

ECONOMIA. Estão aqui os relatórios de avaliação das licenciaturas portuguesas em Economia.

UM PAÍS EM DOWNSIZING. Não, não é piada. Há um país - Georgia - que em tempos pertenceu à URSS, mas é agora independente. Tão independente que o seu Ministro do Interior despediu 12000 policias. Estão em curso mais 3500 despedimentos na polícia e metade dos funcionários da procudoria geral da república também tem guia de marcha. Insiste-se; não é piada. Aconteceu mesmo.

BOA GESTÃO. O número 4 de 2004 da revista The Mckinsey Quarterly inclui um artigo intitulado When IT lifts produtivity, de autoria de Stephen J. Dorgan e John J.Dowdy, que deve merecer a atenção de todos. Nele se discute e avalia o impacto de melhorias nas práticas de gestão na produtividade das empresas comparativamente ao impacto de investimentos em tecnologias de informação (em particular, investimento em computadores). A conclusão mais relevante é que as boas práticas de gestão, ao contrário do aumento das capacidades computacionais, são a chave para uma maior produtividade. A quantificação dos efeitos de cada uma dos factores na produtividade das empresas não suscita grandes dúvidas: “Our results indicate that a one-point improvement on the scale was correlated with a 25 percent increase in a company's total factor productivity (a measure that includes both labor and capital productivity). To put this into perspective, such an improvement has an effect comparable to that of raising capital investment by 70 percent, going from 10 manufacturing plants to 17, or increasing the workforce by 25 percent. What's more, companies got the same benefit from improved management regardless of where they ranked on our scale. In other words, even well-managed companies get a big bang from these efforts.

2004-10-14

INCONSISTÊNCIA. 7-1 à Rússia depois de um empate a duas bolas com um país de que já nos esqueceu o nome e integra as distritais do futebol europeu, significa falta de consistência estratégica. Um problema bastante comum em muitos campos, não só nos de futebol.

UM GRANDE SALÃO. Estes são os "sectores" que estarão representados no Salão Português de Marketing, em Novembro próximo: "Agências de Publicidade, Agências de Modelos, Bancos de Imagem, Bases de Dados, Casting, Centrais de Compras, Comunicação, Estudos de Mercado, Fotografia, Marketing Directo, Meios, Merchandising, Produtoras de Som e Imagem, Promoções, RP, Gráficas, TICS, Recursos Humanos, Formação e Consultorias, Catering, Hospedeiras, empresas de sectores diversos que tenham no marketing a ferramenta base da sua gestão". Enfim, a prova de que o marketing serve de carapuça a muita gente.

CHEVY. Comprei há dias uma magnifíca "pick-up" Chevrolet Cameo de 1957 exactamente igual a esta aqui ao lado... em escala 1/38! E não é que a Chevrolet vai passar a rodar com mais força nas estradas europeias. A General Motors, o maior construtor de automóveis do mundo e detentor da marca, vai passar a comercilizar na Europa as viaturas Daewoo (outra marca que integra a GM desde 2002) sob a marca Chevrolet. Acredita que conseguirá duplicar a quota de mercado da actual Daewoo de um para dois por cento nos próximos anos. Entretanto, fique sabendo que o lucro médio da GM por cada viatura vendida é de $180, valor que ao lado dos $1700 da Toyota ilustra bem como dois construtores podem ter desempenhos tão distintos. Talvez por isso e porque empresas destas não podem andar muito tempo distraídas, o principal braço europeu do grupo (que integra a Opel alemã e a Vauxhal britânica) deverá anunciar hoje o despedimento de 12000 trabalhadores. Trata-se de um "downsizing" que está muito longe da escala da minha Chevrolet; em todo o caso é qualquer coisa como 1/5 da mão de obra que o grupo emprega na Europa.

2004-10-13

EURO 2004. De acordo com estudos de mercado ficou recentemente a saber-se que pela primeira vez a Nike ultrapassou a Adidas no "mercado europeu de futebol". A notícia é interessante mas muito mais interessante seria conhecer o conceito de "mercado europeu de futebol"; talvez não ande muito longe do conjunto de produtos comercializados para a prática de futebol na Europa. Desde logo conhecer as fronteiras do que é a Europa em 2004 é outro exercício que não está ao alcance de qualquer um. Do mesmo modo, uma mente mais criativa, não terá dificuldade em avançar muitos outros conceitos para este mercado.

TDI COM MUITOS CAVALOS. Sobre o mercado chinês um gestor de topo da VW não tem papas na lingua: "no futuro as quedas de preço serão sempre acompanhadas por cortes nos custos. Não aceitaremos margens inferiores". Não se percebe se as declarações são mera cosmética ou reflectem uma prática deveras ambiciosa. Se isto é para levar a sério, então avizinham-se tempos muito voláteis naquele mercado, tanto mais que no caso do construtor automóvel em questão a sua quota naquele mercado caiu de 50 para 30 por cento nos últimos dois anos. Enfim, o mercado automóvel chinês é daqueles casos que merece bem ser acompanhado e estudado.

2004-10-12


PONTUALIDADE. Com o comentário "chega tarde, mas chega sempre ... ou o defeito de quase todos os portugueses", José Figueiredo envia notícia de cujo extracto Empreender dá conta: "A TAP foi entre Janeiro e Agosto deste ano a companhia menos pontual das 28 transportadoras aéreas europeias monitorizadas pela Associação de Companhias Aéreas Europeias (AEA – Association of European Airlines) durante aquele período." É caso para dizer que nunca um voo tão curto pareceu tão longo.

2004-10-11

GESTÃO POR OBJECTIVOS. Era uma vez uma aldeia onde viviam dois homens que tinham o mesmo nome: Joaquim Gonçalves. Um era sacerdote e o outro, taxista. Quis o destino que morressem no mesmo dia. Quando chegaram ao céu, São Pedro esperava-os.
- O teu nome?
- Joaquim Gonçalves.
- És o sacerdote?
- Nao. Sou o taxista.
Sao Pedro consulta as suas notas e diz:
- Bom, ganhaste o paraíso. Levas esta túnica com fios de ouro e este ceptro de platina com incrustações de rubis. Podes entrar.
- O teu nome?
- Joaquim Gonçalves.
- És o sacerdote?
- Sim, sou eu mesmo.
- Muito bem, meu filho, ganhaste o paraíso. Levas esta bata de linho e este ceptro de ferro.
O sacerdote diz:
- Desculpe, mas deve haver engano. Eu sou o Joaquim Gonçalves, o sacerdote!
- Sim, meu filho, ganhaste o paraíso. Levas esta bata de linho e...
- Não pode ser! Eu conheço o outro senhor. Era taxista, vivia na minha aldeia e era um desastre! Subia os passeios, batia com o carro todos os dias, conduzia pessimamente e assustava as pessoas. Nunca mudou, apesar das multas e repreensões policiais. E quanto a mim, passei 75 anos pregando todos os domingos na paróquia. Como é que ele recebe a túnica com fios de ouro e eu.....isto?
- Não é nenhum engano - diz Sao Pedro. Aqui no céu, estamos a fazer uma gestão mais profissional, como a que vocês fazem lá na Terra.
- Nao entendo!
- Eu explico. Agora orientamo-nos por objectivos. É assim: durante os últimos anos, cada vez que tu pregavas, as pessoas dormiam. E cada vez que ele conduzia o taxi, as pessoas começavam a rezar. Resultados! Percebeste? Gestão por Objectivos!

ENGENHEIROS EMPREENDEDORES. A Licenciatura em Engenhraia Mecânica da Universidade do Minho organiza a partir de amanhã as suas jornadas subordinadas ao tema O Lugar da Engenharia Mecânica nas Novas Tecnologias. Um dos temas em destaque será o empreendedorismo, momento em que este escriba, esperando ser útil aos futuros licenciados do curso, apresentará uma comunicação intitulada "A Empresa Vazia: Um Modelo de Acção para Empreendedores". Às 14 horas de amanhã em Guimarães.

GRANDE ABANÃO. A propósito do ensino e da gestão das universidades, Marçal Grilo, ex-ministro da pasta e professor da Universidade Técnica de Lisboa, concede uma entrevista ao Diário Económico, da qual se edita caixa intitulada "Hierarquia da universidade precisa de «grande abanão»": "Marçal Grilo, actual administrador da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), considera essencial proibir os professores de leccionar na escola onde fizeram o doutoramento. Para mudar o ensino superior, em primeiro lugar, «é indispensável acabar com a possibilidade da universidade contratar os seus próprios doutorados». Nos EUA, por exemplo, apesar de não haver legislação, «a pessoa tira o doutoramento e depois vai para outra instituição». A realidade portuguesa é a oposta: «As pessoas entram na universidade aos 17 anos, formam-se aos 22 e saem da lá aos 70 anos». «Isto é uma coisa absurda», sublinha. Em Portugal «só à força, estabelecendo que a instituição deve ser proibida de contratar os seus próprio doutorados» adianta. «Esta será a única forma de criar mobilidade», remata. Existem duas coisas fundamentais, no seu entender: «Dar um grande abanão na hierarquia e combater fortemente os interesses instalados que fazem com que uma parte do financiamento vá para aqueles que têm ideias do passado, quando deveria ser utilizado com base em princípios de qualidade». Para isso «é preciso que a organização interna das instituições reforce a liderança, criando condições para que o líder da instituição ou o reitor apareça designado de tal forma que apresente o seu projecto e preste contas, tal como o primeiro-ministro». Quanto à escolha do reitor, «há casos em que o ‘board of trustees’ deve definir se o reitor deve pertencer à instituição ou ser contratado fora». Actualmente, nalgumas instituições, «a constituição do corpo reitoral é difícil porque as pessoas não estão disponíveis». É preciso escolher «as pessoas com o perfil adequado para resolver os problemas que a instituição tem na altura. Se for melhor para a instituição a pessoa pode vir de fora». A «liderança não pressupõe uma grande participação, mas isso não significa que seja incompatível com a democratização da gestão». «Não somos capazes de andar ao ritmo que devíamos, na Europa, se mantivermos estes sistemas de decisão internos tão complicados», avisa o antigo ministro da Educação. Marçal Grilo integra, neste momento, um grupo de reflexão que junta 18 pessoas de toda a Europa para debater recomendações para as políticas europeias de ensino superior. A primeira preocupação comum encontrada na primeira reunião foi a gestão das instituições. «Toda a reflexão passa pelos sistemas de gestão de decisão e de liderança, capacidade de captar receitas próprias, ligação com as empresas e de ligação com o Estado. Outra questão muito sensível é a relação com o poder local, porque as universidades são um instrumento de desenvolvimento das regiões e de atracção de investimento», conclui."

REFLEXÃO SOBRE ENSINO SUPERIOR. As I Jornadas de reflexão das Instituições de Ensino Superior, uma organização conjunta do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos e Ministério da Ciência e Ensino Superior (assim apresentado apesar de ter já mudado de nome) decorrem na Universidade do Algarve entre 21 e 22 de Outubro. Ambicioso, o evento pretende: i. Trocar experiências sobre o trabalho realizado ao nível da gestão financeira, patrimonial e académica das instituições do ensino superior; ii.Promover o aperfeiçoamento e a divulgação das boas práticas da gestão financeira, patrimonial e académica; iii. Definir novas metodologias de gestão financeira, patrimonial e académica; iv. Definir estratégias com vista à redução da burocracia, tendo presente os custos que lhe estão subjacentes, e associando os valores de confiança, responsabilização e controlo; v. Contribuir para alcançar um processo de gestão dinâmico, operacional e permanentemente proactivo; vi. Incentivar a cooperação entre as diversas entidades intervenientes na administração, gestão e controlo das Instituições do Ensino Superior, tornando a partilha de experiências e conhecimentos nestas áreas, num hábito livre e permanentemente assumido.

2004-10-08

CREDIBILIDADE ESTATÍSTICA EM RISCO. A avaliação ao Instituto Nacional de Estatística (INE) efectuada por Ivan Fellegi e Jacob Ryten, respectivamente Presidente e Vice-Presidente da sua congénere canadiana, produziu resultados perturbadores. De acordo com o Público, o relatório produzido pelos avaliadores refere que a existência duma prática deficiente na produção de estatísticas tendo concluído que "Não dispomos de qualquer prova de que o INE tem capacidade para aplicar nos seus produtos uma metodologia estatística rigorosa. Pelo contrário." Talvez isto justifique a outra conclusão igualmente preocupante: “os utilizadores "sérios" ouvidos terem "raramente utilizado directamente a informação produzida pela instituição" e que "satisfaziam as suas necessidade estatísticas acedendo à informação do Banco de Portugal ou fazendo a sua própria pesquisa". Para que servirá em Portugal o INE? Como se poderá tomar de decisões com base em estatísticas de credibilidade discutível?

MAIS UM MEDICAMENTO. Empreender pronunciou-se recentemente sobre o problema do consumo de medicamentos em Portugal em "post" intitulado "medicamento para o medicamento". Sem querer abusar de medicinas alternativas, aqui fica um exemplo do que poderá ser feito para conter a despesa em medicamentos. Trata-se deste sítio criado em Nova Iorque que permite aos compradores de medicamentos comparar os preços de um produto em várias farmácias. Há medicamentos do mesmo fornecedor que chegam a variar de preço 300 por cento entre diferentes distribuidores. Haverá medida mais simples (mas difícil de implementar, é certo) do que esta para promover a concorrência e a queda de preços?

2004-10-07

CHICAGO E CARTAXO. Foi batido mais um recorde. A Michigan Business School recebeu uma doação de 100 milhões de dólares, a maior até agora efectuada. Uma das contrapartidas é a designação da escola. Passará a ter o nome do dador: Stephen M. Ross School of Business. Entretanto, a Chicago Graduate School of Business inaugurou há dias novas instalações no valor de ... 125 milhões de dólares! A escola terá 1100 alunos no seu MBA em tempo integral, 110 estudantes de doutoramento, 200 docentes e 167 funcionários. À escala portuguesa, o Diário de Notícias (edição e 4 de Outubro passado, p. 27) noticiou que "Cartaxo vai ter Escola de Negócios". Chamada Escola de Negócios do Vale to Tejo, a escola será construída na Quinta das Pratas, no Cartaxo, em 2005. Trata-se duma iniciativa da Câmara Municipal do Cartaxo em conjunto com a Associação Empresarial da Região de Santarém envolvendo um investimento de 1,4 milhões de euros...

2004-10-06

HBR DE OUTUBRO. A Harvard Business Review de Outubro, revista cuja sobriedade das capas merece realce, inclui dois artigos que se justifica ler. Num deles - "Seven Surprises for New CEOs" - da autoria de Michael E. Porter, Jay W. Lorsch e Nitin Nohria alerta-se os gestores para as surpresas que os esperam quande assumem posições de liderança. No outro - "How Industries Change" - Anita M. McGahan nota que um sector pode evoluir em quatro trajectórias distintas: radical, progressiva, criativa, e intermédia.

OPORTUNIDADES NA CHINA. Se tem projectos empresariais para China, talvez uma boa forma de começar as pesquisas seja o jantar/conferência que a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa promove amanhã com o sugestivo título "China - Oportunidades para as Empresas Portuguesas". Desconhece-se se o menu inclui arroz chau-chau, mas, em todo o caso, o programa prevê uma comunicação de Jonathan Woetzel que a organização apresenta como "autor do livro Capitalist China, tem grande experiência em estratégia empresarial e financeira na China. O Dr. Woetzel tem um Ph.D. em Ciência Política na University of Southern Califórnia, onde investigou a política económica da China. Presentemente é Director da McKinsey & Company’s em Shanghai, onde é responsável pela área de Corporate Finance. O Dr. Woetzel liderou e acompanhou importantes projectos de implantação de empresas estrangeiras na China em sectores como aço, papel, imobiliário, químico, electrónica, minérios, produtos alimentares, saúde, automóveis, construção naval, equipamentos pesado e revitalização urbana."

2004-10-05

TRANSFERÊNCIA DE CONHECIMENTO. A transferência de conhecimento no contexto internacional entre a empresa-mãe e as suas subsidiárias está em destaque no número de Setembro de 2004 do Journal of International Business Studies (Volume 35, N.º 5), com um conjunto de vários artigos sobre o tema.

BLOGUES SOBRE TECNOLOGIA. Dica do Ponto Media.

MUITO OPORTUNO. Com um raro sentido de oportunidade, a Licenciatura em Engenharia de Sistemas e Informática da Universidade do Minho promove amanhã, pelas 15:00 horas, um debate intitulado Desastres Informáticos. A iniciativa é aberta a todos e surge na "sequência dos problemas informáticos ocorridos durante o processo de colocação de professores".

KAMPRAD COM LUXO. Afinal parece que Ingvar Kamprad, fundador da IKEA, não é assim tão despreendido de riquezas. Já se sabia que o seu estilo apontava para grande controlo de custos como, por exemplo, viajar exclusivamente na classe económica. Há até anedotas que contavam que o homem só compra fruta e vegetais ao fim da tarde, quando os preços se reduzem. Afinal, parece que não é sempre assim. Recentemente, um jornal sueco descobriu que Kamprad tem uma série de casas de luxo. Empreender não tem pormenores sobre a decoração e mobília dessas casas. Será que se contenta com os móveis que tornaram a sua IKEA mundialmente conhecida?

ESCASSEZ DE MÃO DE OBRA NA CHINA. O crescimento da China tem sido de tal forma impressionante que existem já zonas costeiras (estas são as zonas mais desenvolvidas do país) como por exemplo Guangdong, no sul, com escassez temporária de mão de obra. Na China!!!
© Vasco Eiriz. Design by Fearne.